lunedì 14 gennaio 2013

 
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"
Heterónimo de Fernando Pessoa


6 commenti:

Anonimo ha detto...

gosto muito deste poema dele :)

Anonimo ha detto...

Mas que belo poema !

Miguel ha detto...

isto é daquelas coisas que vale a pena ler 4 ou 5 vezes seguidas.

Anonimo ha detto...

Obrigada querida <3

Anonimo ha detto...

E este poema está muito bom :)

miii ha detto...

Este poema é mesmo muito bom!